domingo, 29 de novembro de 2009


O Segredo da Felicidade







1 – O que é felicidade? Como conseguimos identificá-la em nossa vida?

R: A felicidade pode ser real ou imaginária. A felicidade real apenas consegue ser alcançada pela libertação de si mesmo e pelo endereçamento de nossa energia para os outros, como mostraram, e ainda mostram, os grande vultos da humanidade, que dedicaram sua vida ao trabalho de caridade, de amor ao próximo, aos mais necessitados. A nossa sociedade, materialista e imediatista, chama de felicidade ao riso fácil, aos gritos de alegria, ao barulho feito em nome da exteriorização da angústia existencial de quem se sente perdido e não sabe para onde ir, que vive ao sabor das ondas das mensagens superficiais da mídia, que não sabe o que seu Espírito quer e, às vezes, nem lembra que é um Espírito. A felicidade real geralmente é silenciosa, não demonstrativa, pois não necessita demonstrar-se, enquanto que a felicidade imaginária é barulhenta e necessita da aprovação e da participação dos outros em sua manifestação.

2 – Quais são as fontes da felicidade? Como usá-las?

R: A fonte única da felicidade verdadeira é Deus, pois é Dele que vem o amor, a paz, a caridade, a honestidade, a humildade, a simplicidade, a sensação tranqüilizadora de estar no caminho certo. A fonte da felicidade imaginária é o Ego, criado pela ilusão do ser encarnado, que necessita demonstrar e demonstrar-se.

3 – Como podemos ser felizes? O que precisamos fazer para alcançarmos a felicidade?

R: Para alcançarmos a felicidade, que vem do amor, da paz, da simplicidade, da humildade, precisamos cultivar essa meta dentro de nós, e na medida em que vamos alcançando esses estados de ser, vamos sentindo mais e mais felicidade. A ausência desses estados de Espírito traz a ansiedade (ânsia de…), a angústia, a irritabilidade, o nervosismo, a raiva e a tristeza, que, após algum tempo, somatizam-se no que a Medicina orgânica chama de doença. Olhemos a vida dos grandes homens e mulheres da humanidade e veremos a lição de vida que eles nos transmitiram.

4 – A felicidade sempre é o real propósito de vivermos? Com a maturidade fica mais fácil ser feliz?

R: Geralmente é o contrário… As crianças, em sua maioria, são felizes, porque recém estão chegando do Mundo Espiritual, onde a felicidade verdadeira existe; os adolescentes começam a perder a felicidade porque iniciam um processo de desconforto em relação ao que vêm em sua volta, em seus pais, na sociedade, nos vícios, nas injustiças, vão sendo contaminados pelas mensagens superficiais da televisão, das rádios, da Internet; os adultos continuam nesse processo de perda da felicidade real porque, na grande maioria dos casos, dedicam-se apenas a sobreviver e buscar a felicidade imaginária, através do álcool e outras drogas, das festas, das aquisições egóicas, das “vitórias”, dos fins de semana, das férias; e os velhos geralmente vão indo em direção ao final da sua encarnação: tristes, abandonados, angustiados, doentes. Ou seja, geralmente o Espírito reencarna feliz, com o passar do tempo vai perdendo a felicidade, e morre triste. Lá no Mundo Espiritual vai recuperando a felicidade e entendendo onde errou, só que reencarna e erra de novo.

5 – A felicidade depende das outras pessoas da nossa vida? Podemos conquistá-la sozinhos?

R: A felicidade depende apenas de nós mesmos, e é proporcional ao que pensamos, ao que sentimos, ao que fazemos e ao que falamos. O segredo da felicidade verdadeira é utilizarmos menos o “Eu”, “Meu” e “Minha” e mais o “Nós”, “Nosso” e “Nossa”, mas que isso não seja a nossa família, a nossa raça, o nosso clã, pois isso são derivativos do “Eu”, “Meu” e “Minha”. A felicidade é uma conquista, é um libertar-se gradativamente de si, o que acredita ilusoriamente ser, e ir recordando seu aspecto divino. Para isso precisamos nos enxergar verdadeiramente, por traz da nossa “casca” temporária de homem ou mulher, de branco ou negro, de brasileiro ou alguma outra nacionalidade e nos re-conhecendo realmente. A felicidade, como outros atributos espirituais, não necessitam ser aprendidos, necessitam ser recordados.

6 – A felicidade pode ser associada ao amor próprio?

R: Depende de amor próprio a quem: se ao seu Ego ou a Si mesmo. O amor próprio ao Ego é a ilusão da ilusão, pois se ama ao que é temporário e vive-se em função desse “amor”. O amor próprio a Si mesmo é o verdadeiro amor, pois o Si não quer nada para si, e é daí que vem a felicidade real.

7 – Podemos, de forma verdadeira, treinar a mente para nos sentirmos felizes?

R: Não, pois a mente é uma ferramenta do Ego e por mais que se treine a mente ela sempre é do Ego e acaba dando um jeito de fazer coisas para si, para o seu prazer, para suas vitórias, sempre em seu benefício, nem que seja alcançar a “sua” paz. O que devemos fazer, e é o contrário do que a nossa sociedade ensina e admira, é aprendermos a pensar cada vez menos, para que possamos dar espaço ao Silêncio dentro de nós, de onde vêm as orientações do nosso Eu Verdadeiro, dos nossos Mentores Espirituais, dos Seres Divinos.

8 – A felicidade é um estado de espírito momentâneo, ou conseguimos senti-la permanentemente? Quais são os maiores “inimigos” da felicidade?

R: O único inimigo da felicidade é o nosso Ego, não que ele seja um vilão, mas não pode ter o comando, pois é muito EGOista. Os verdadeiros momentos de felicidade são quando estamos sendo bons para os outros, por isso São Francisco de Assis pede que Deus lhe ajude a amar mais do que ser amado, pois ele sabia que é dando que se recebe (felicidade).

9 – Quanto à infelicidade, ela existe ou podemos ser somente convencidos nesse sentido? O sofrimento e a dor podem ser caminhos para a conquista da felicidade?

R: A infelicidade existe apenas para o Ego, pois sempre envolve o “Eu”. No “consultório escutamos os relatos dos Egos falando de “sua” infância, do “seu” pai, de “sua” mãe, do “seu” marido”, da “sua “ esposa, dos “seus” filhos”, do “seu” trabalho, etc. Falam da “sua” mágoa, da “sua” raiva”, da “sua” falta de confiança”, do “seu” medo, etc. Todos eles acreditam realmente que são eles mesmos, esqueceram que estão dentro da “casca” e seus rótulos e, com isso, esquecem de viver para os outros e vivem apenas para si, ou para vencer ou para sofrer. Mas quem vive para os outros para a sua própria satisfação, para sentir-se bom, para ser admirado, é a mesma coisa… E o sofrimento e a dor, advindos dessa cegueira, desse erro, frutos do nosso Ego, é o doloroso caminho para a Purificação, que significa: Puro fica São.

10 – O que acontece fisiologicamente, emocionalmente e psicologicamente quando sentimos felicidade?

R: Quando sentimos a felicidade real liberamos mais serotonina e endorfina e isso nos traz paz, amor e uma sensação temporária parecida com o que nosso Eu Verdadeiro sente permanentemente. Isso pode ser aprendido com a Meditação e a Expansão da Consciência, em que vamos nos libertando do nosso eu pequeno e indo em direção do nosso Eu grandioso, em que vamos deixando de nos sentir mais ou menos que os outros para irmos nos sentindo iguais, vamos deixando de nos sentir separados dos outros para irmos nos sentindo integrados. Essa libertação de si, essa re-união, é que vai trazendo a felicidade verdadeira.

11 – A felicidade depende do prazer físico? Até que ponto o “consumismo” da sociedade capitalista interfere na felicidade?

R: Se o prazer físico trouxer em si uma busca de vitória sobre outra pessoa, ela não traz a felicidade, e sim traz um reforço para o egoísmo e a vaidade, bem como buscar ficar mais bonito, mais atraente. O prazer físico que trouxer a sensação de integração com os outros, de comunhão, é um dos caminhos para a felicidade verdadeira. O consumismo faz parte das armadilhas que viemos conhecer e ultrapassar na vida encarnada e precisamos cair nelas para, um dia, depois de vermos que não nos trouxeram uma felicidade real, possamos enxergá-las como ilusões, e contorná-las.

12 – Existem diferenças entre o conceito de felicidade entre o Oriente e o Ocidente?

R: Atualmente, com a globalização, o Oriente e o Ocidente tendem a se fundir e trocar entre si as suas características superiores e inferiores. Estamos importando as Religiões e a Filosofia orientais e exportando Coca-Cola e Mac Donalds, estamos importando as artes marciais que cultivam a autodisciplina e o caráter e exportando futebol e basquete que cultivam o vencer, ser o melhor. Estamos lucrando com isso. Mas isso é necessário, para nós e para eles, faz parte do nosso aprendizado, e, para isso, às vezes reencarnamos orientais, ás vezes ocidentais.

13 – A felicidade tem alguma ligação com o carma ou não?

R: A felicidade tem a ver com o grau do Espírito de cada um, e observa-se esse grau desde quando somos crianças, os que se magoam muito e os que se magoam pouco, os que sentem muita raiva e os que quase não se irritam, as crianças egoístas e as altruístas, as vaidosos e as humildes, que geralmente seguem assim vida afora. É o que chamamos na Psicoterapia Reencarnacionista de “Personalidade Congênita” e onde encontramos nossa proposta de Reforma Íntima.
14 – O que é felicidade segundo a sua visão de Deus e da espiritualidade?

R: A felicidade verdadeira é o Amor, a Paz, a Harmonia, a Verdade, a Caridade, a Humildade, a Simplicidade, a Honestidade, a Bondade, a Justiça, e isso é o máximo que

Osho, por que você sempre nos diz para sermos felizes, se, antes da iluminação, a pessoa tem de chegar a um pico de dor e angústia? Se eu nã...